sábado, 24 de abril de 2010

Planos de aula Nova Escola

Lá vai um link legal com vários planos de aula!!

Ensinar com a sétima arte

 Como foi a aula hoje, filho?
- Mãe, a professora não deu nada, só passou um "filme lá".

Através da frase acima podemos inferir algumas questões...
1) O professor trabalhou um determinado conteúdo inicializando-o, desenvolvendo-o, ou finalizando-o através da exibição de algum filme que se encontra inserido no contexto abordado, mas o aluno não compreendeu o objetivo do professor.

2) O professor desenvolveu a mesma metodologia acima mas não explicou aos alunos o motivo de ter exibido o filme.

3) O professor realmente matou uma aula e passou "um filme lá"  totalmente fora do contexto.

Acredito que muitos aqui já tenham se deparado com alguma das situações acima. Muitas pessoas, incluindo pais e até mesmo a coordenação pedagógica não compreendem a importância da utilização de  filmes durante determinadas aulas. 
Lembro-me uma vez que estava trabalhando biomas terrestres com o 1º EM e exibi vários trechos da série Planeta Terra, da BBC. Quando as exibições terminaram, um aluno me perguntou: - Professora, hoje não vai ter filminho?

Bom, eu havia explicado aos alunos a importância do documentário bem como a sua inserção no contexto trabalhado, mas provavelmente eu posso ter sido menos enfática do que eu deveria ter sido, a gente aprende- hoje não acontece mais.

Para evitar este tipo de situação antes de exibirmos filmes e documentários, precisamos de um planejamento- como todas as nossas demais atividades, e este deve estar claro para alunos e coordenação, assim evitando que pais eventualmente entrem em contato com o colégio e perguntando à coordenação os motivos de o professor ter apenas passado "um filminho lá" para os alunos... e deixando o fatídico conteúdo "para trás".

Podemos exibir o filme antes, durante ou após a exposição de um assunto em sala, enfatizando sempre os motivos pelos quais estamos trabalhando desta forma. 

Não é recomendável que os estudantes façam anotações sobre o filme... aquela história de: - "Quero relatório depois do filme" - não seria uma estratégia muito adequada, pois o aluno acaba dispersando sua atenção e pode perder momentos particularmente importantes da trama, ou outros tipos de detalhes prejudiquem sua compreensão. 

Se houver tempo, (o grande inimigo de nossos planos de ensino), reúna os alunos em grupos para que os mesmos troquem idéias, observem aspectos que possam ter passado despercebidos, discutam propostas e estratégias e finalizem o momento com a elaboração de um texto contendo a análise e contextualização  realizadas.

O que eu mesma faço às vezes é interromper o filme para explicar algum conceito que pode ser desconhecido dos estudantes, repetindo a cena após a explicação.

Aqui vai um link contendo diversos filmes que podem ser trabalhados em sala, não estão abordados apenas filmes com contexto biológico... ok?

Um projeto que estou desenvolvendo em um dos colégios em que trabalho chama-se: "Cinema no colégio", onde o propósito é reunir os alunos em período oposto ao das aulas para assistir filmes relacionados diretamente ou não com o plano de aula.

O primeiro da lista é o famoso " O Óleo de Lorenzo" , que retrata a luta  e da construção do conhecimento científico de um casal para tentar salvar o filho de uma terrível doença genética chamada ALD. O filme foi premiado, e é utilizado por professores de quase todas as disciplinas para abordar diversos temas. No caso de biologia é excelente para trabalhar lipídios, genética e a própria noção de ciência. 
Após a exibição deste filme, pretendemos exibir outras obras, como "O fabuloso destino de Amelie Poulain", "A onda", etc. O interessante é que como eu já citei, nem todos os filmes abordam diretamente temas trabalhados em sala, mas é interessante que apresentemos aos nossos alunos diversos tipos de obras, provenientes de diversos países, para que eles possam ter um maior conhecimento cultural em relação ao cinema e desenvolvam também senso crítico, opinião, melhor compreensão de aspectos sociais, artísticos e econômicos. 




 Dica de leitura:Na sala de aula com a sétima arte- aprendendo com o cinema- João Luis de Almeida Machado



'Cinema na Escola' é, principalmente, uma declaração de amor a Sétima Arte. O autor, quando fala de cinema na escola não inventa fórmulas desconectadas da realidade, mas coloca no papel experiências provenientes de projetos, trabalhos, encontros e inúmeras experiências desenvolvidas em sala de aula com os alunos com os quais teve o prazer de conviver ao longo de sua carreira como professor. 

Dados técnicos:
Editora: INTERSUBJETIVA
ISBN: 8589945316
ISBN-13: 9788589945318
Edição: 1ª EDIÇÃO - 2008
Numero de páginas: 160

domingo, 11 de abril de 2010

Nutrição correta, uma lição feita com tubos de ensaio


Gente, recebi alguns e-mails me perguntando o porquê  do meu sumiço... oras, bem simples: as aulas começaram! rs
Mas prometo passar mais por aqui!
Aproveitando a deixa, olha que legal essa experiência para fazermos com nossos alunos:



Nutrição correta, uma lição feita com tubos de ensaio
Objetivos
Compreender os processos de intoxicação alimentar e as ações para evitá-la

 
Os números são contundentes. Anualmente, 76 milhões de norte-americanos contraem doenças por alimentos contaminados. No Brasil, como mostra o texto de VEJA, foram registrados apenas 7.566 casos desse tipo de enfermidade no ano passado. Isso porque a maior parte não chega a ser notificada. Trata-se de um assunto de interesse geral, principalmente porque revela as doenças transmissíveis por alguns tipos de alimentos e os cuidados que devemos ter na sua preparação. A leitura da reportagem será um bom estímulo para que a turma se aprofunde no tema e realize algumas experiências que podem ajudar os alunos a compreenderem melhor o tema.

Você precisará de comprimidos efervescentes, pelo menos cinco tubos de ensaio com rolha, um recipiente de vidro que resista à temperatura da água fervente, pequena quantidade de açúcar e fermento (desses usados para fazer bolo). Se optar por enriquecer o experimento, serão necessários também algodão, azul de bromotimo e meios de cultura próprios para fungos.

Atividades
As duas experiências sugeridas a seguir servem para demonstrar para a classe como a refrigeração e a higiene das mãos permitem evitar a contaminação dos alimentos. É uma boa forma de preparar o terreno para examinar futuramente com a turma os cuidados necessários para a preservação da saúde e os riscos envolvidos nesse processo.

A primeira experiência é simples. Dissolva os comprimidos efervescentes em recipientes com iguais quantidades de água e temperaturas diferentes – quente, ambiente e gelada. Peça que os alunos cronometrem o tempo de dissolução completa em cada caso. Na água gelada, o comprimido é dissolvido mais lentamente. Esse resultado permite discutir o papel do refrigerador e do freezer, que retardam a ação de microorganismos.

O segundo experimento exige preparação e montagem com uma semana de antecedência. Divida a classe em grupos de cinco. Prepare uma solução de água fervida com a maior quantidade possível de açúcar, de modo que a aparência permaneça cristalina.

Distribua o líquido em vários tubos de ensaio previamente esterilizados - um para cada grupo. Os alunos devem retirar anéis das mãos, lavá-las muito bem e secá-las ao vento. Depois disso, um deles "sujará" a mão na suspensão de fermento e a secará ao vento. Esse aluno vai cumprimentar um dos colegas que, por sua vez, repetirá o gesto com outro e assim por diante.

O último a ser cumprimentado lavará a mão com a solução de açúcar. Atenção: o conteúdo do tubo de ensaio deve ser recolhido em um recipiente previamente lavado e fervido, voltar ao tubo de ensaio e ser fechado com rolha. Mantenha um dos tubos com a solução de açúcar sem abrir. Em outro, pingue uma gota da suspensão de fermento. Após uma semana, a turma perceberá alguns resultados, como o aparecimento de turbidez, precipitados e formação de bolhas. São indícios de fermentação, causada pelos fungos.

Algumas variações podem enriquecer mais a atividade. Coloque um algodão embebido em azul de bromotimo próximo à rolha. Esse indicador mudará de cor na presença do gás carbônico produzido pelas bactérias.

Com os dados da reportagem e o quadro abaixo, os alunos podem desenvolver uma pesquisa sobre as principais causas das chamadas disenterias e gastroenterites. Deixe bem clara a distinção entre os agentes. A Salmonella e a Shigella são bactérias que provocam disenterias (a segunda é bastante grave), com fortes dores abdominais. No caso da Clostridium botulinum - associada ao botulismo - e o Staphylococcus, os males são causados pelas toxinas que essas bactérias produzem, e que são ingeridas junto com os alimentos. A Escherichia coli pode provocar disenterias, mas normalmente vive em simbiose com o nosso intestino.

Experiência
Como as bactérias se propagam

- Um dos alunos deve molhar a mão na solução com fermento
- Em seguida, com a mão "suja", ele cumprimenta um dos colegas
- O aperto de mão passa para o colega seguinte até o último do grupo
- Este se lava com a solução de açúcar e recolhe a água no tubo de ensaio
- Uma semana mais tarde, o líquido fica turvo e aparecem bolhas de CO2